INOVAÇÃO E TECNOLOGIA: PERSPECTIVAS E DESAFIOS NA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA: PERSPECTIVAS E DESAFIOS NA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

Os avanços tecnológicos e as inovações construídas nos últimos anos têm influenciado cada vez mais a nossa sociedade. Para além das ferramentas, instrumentos e técnicas, as transformações tecnológicas provocam mudanças nas bases econômicas, políticas, sociais e culturais. Neste contexto, os processos educativos e a formação dos nossos professores exigem abordagens onde os componentes tecnológicos e inovadores não podem mais ser ignorados, demandando assim uma nova postura do professor.

 

 

Mas será que nossos professores estão preparados para essa nova realidade?

 

Edgar Morin (2013, p.23) aponta para um desafio instalado dentro das escolas de formação de professores ao questionar Quem educará os educadores? É necessário que se auto eduquem e eduquem escutando as necessidades que o século exige, das quais os estudantes são portadores”.

Percebe-se, portanto, a justificada preocupação de transformar os processos formativos dos nossos professores. E essa transformação não pode ser apenas superficial, pontual ou estanque. Elas envolvem, por exemplo, mudanças na forma de conceber o fazer docente, na socialização do acesso à informação, da produção de conhecimento e no aprimoramento dialógico com os educandos e suas demandas contemporâneas. Sendo assim, os cursos de licenciaturas precisam inserir em seus currículos os eixos aqui apresentados sob o risco de não entregar o que nossos estudantes verdadeiramente precisam para superar os desafios profissionais da atualidade.   

Ser professor e ser cobrado pela sociedade sobre sua capacidade de incorporar de forma versátil todo e qualquer artefato tecnológico ou midiático é uma conversa antiga. Note que já foi assim sobre como usar o WhatsApp como ferramenta pedagógica, antes disso, como usar o Facebook, em outro momento, como usar filmes em DVD, um pouco antes, em VHS, antes disso a música e, muito no passado, livros e blocos de notas. Atualmente, as inteligências artificiais são as novas queridinhas do momento. A questão é que a educação acompanha a sociedade e a segunda evolui conforme a primeira. O patrono da educação brasileira, Paulo Freire (2000, p. 27), diz que “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.” Essa frase ajuda muito a gente a refletir sobre o papel de uma na outra.

Mesmo com toda essa discussão, entendemos, agora, sob um novo ponto de vista, que a estagnação e a monotonia tem um potencial enorme de impedir o desejo de aprender, a criatividade e reduz demais o campo de atenção. Dessa forma, inovar é trazer surpresa e, mesmo altamente tecnológica, uma aula ainda pode ser monótona. 

Encontrar o ponto de equilíbrio é sempre difícil. Preocupar-se com isso é a certeza de se estar fazendo um trabalho de qualidade. Profissionais desqualificados costumam fazer muito do mesmo e, no ápice de seu narcisismo, afogam-se em seus discursos vazios usando recursos que não aprenderam efetivamente a usar. 

Ensinar é inovar! A reação é indiscutível, mas o que garantirá talento para isso são três fatores: o primeiro é a boa vontade de entender que nosso perfil e, portanto, o modo de dar aula é terreno movediço e que devemos nos acostumar com esse movimento caótico que é mudar todos os dias. O segundo é saber que você precisa ter recebido formação adequada em diversidade de técnicas pedagógicas e recursos. O terceiro — e mais importante — é um princípio forte trazido por Paulo Freire, em outras palavras, que é a ideia de que precisamos ter uma formação continuada, permanente e alinhada com as demandas e avanços sociais.

 

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